Segunda-feira, 1 de Agosto de 2005

O VALOR DA PALAVRA:

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Conforme prometido, num dos artigos, disse que ia falar da Mulher. Aqui estou cumprindo a minha palavra.
Não pretendo à sombra deste pretexto louros ou honrarias, tão somente cumprir, porque é assim que Voz da Liberdade pode honrar aquilo a que se propôs.
Talvez me afastasse com mais facilidade e até me divertisse se usasse outro tipo de artigos, mas teria que me interrogar se este era o verdadeiro sentido de ter criado este Blog.
Blog, considero eu, que não deve ter o sentido de adulterar a verdade, pois o mesmo deve ter efeitos maiores, que sejam descobrir a verdade, denunciando com clareza o que atormenta todo um povo, e amargura de nada poder fazer, mas pelo menos alivia-nos, não deixando nunca de ser um alivio lúcido mas magoado.
Assim não deixa de ser verdade a cada dia, na investigação da fase real da vida, é nesta memória e preocupação afectiva de descoberta que nascem tantos amigos que nos lêem.
Assim me propus, consagrar-me a denunciar o que é a EXPLORAÇÃO e tudo daí inerente, e aqui está; a envolvência desse grande Ser a Mulher.
Em tempos idos que muitos felizmente não viveram, mais concretamente no tempo do fascismo, as Mulheres não tinham voz, não lhes era reconhecido qualquer tipo de capacidade, não podiam exercer certas profissões, e casos havia que para poderem trabalhar, estavam proibidas de contrair matrimónio ou ter vida conjugal.
Nem aos filhos se podiam consagrar no seu todo, porquanto o homem = companheiro = marido era o chefe da família.
Assim estas Mulheres, moderadas, sofridas, silenciavam todo um sofrimento, quer no trato já descrito bem como nos espancamentos de que eram vítimas.
Forneciam ao seu sofrimento o Amor pela Maternidade que assim atenuava, o que a Maternidade têm de exaltação na dedicação total aos filhos.
Hoje porque procuram ter voz, e exercer alguns direitos já adquiridos dissimulam a si próprias, alguns maus tratos ainda existentes.
Por respeito próprio silenciam-se, ainda nos dias de hoje. Contra a exploração laboral, temendo o despedimento ou perda de emprego e continuam como empregadas domésticas de alguns maridos, e filhos, que fazem e usam o papel dos ditadores de antes.
Com os maridos ou companheiros porque temem o abandono, com os filhos porque se preocupam e temem que usem caminhos menos bons, que deixem de estudar, que se dediquem há droga e assim são tratadas com simplesmente a Mulher que os Pariu. Este é o grande drama da Mulher de hoje.
Quem as olha?
Quem lhe dá valor ao seu talento?
Quem as aprecia no seu valor moral?
Quantos filhos as olham com desdém?
Quantos se recusam a afagar com o mais simples gesto, o seu rosto?
Quantos as insultam, com palavras e actos?
Quantos as trocam por uma mulher que simplesmente conheceram num qualquer lugar, como se elas Mães quisessem ocupar o espaço dessas, -- Não- isto não é ser filho, simplesmente é lidar com a Mulher que os pariu, por isso quando dependem dos mesmos, são levadas aos bancos de hospital, a lares, e ai abandonadas. É fino levar o cão para férias, para a praia ou passear com o mesmo, mas a (cota) é aborrecido! Sim...porque agora também já não têm direito a ser chamadas de Mãe, é (cota), é moderno, pois é! Este é todo o sofrimento em que a mulher está envolvida, ao seu talento quem lhe dá valor? São as lágrimas que bebe em silêncio.
O seu valor moral quem o aprecia, por vezes é felizmente o companheiro = marido, o que junto dela a olha com ar enternecido. Porque ainda existem companheiros, "não donos" e uma amiga mas cuidado, tem que ser certa... Caso contrário, olha-a como (antiga burra, estúpida) e afins, por isto procuram entorpecê-las em todos os aspectos. No pensamento, no seu querer, na sua decisão e assim, conseguem numa agradável e cínica postura sentá-las melancolicamente como (PESSOAS) de tal forma, que ainda as sentam no banco de réus, em audiências públicas, devassando toda as suas vidas, porque um dia! Pensaram em abortar.
Ai! E os algozes da tragédia comentam em tudo que é lugar, nos lugares religiosos, nas missas que celebram, nas homilias trágicas que de Cristo não falam. Mas falam na "assassina" que abortou: E assim se pavoneiam nas paróquias, nos epíscopados, acabando em Bento XVI no Vaticano, estes então sorriem vagamente, gozam em surdina, e mudam como um vaivém. Quando as suas vidas são descobertas como incertas. -- É tudo isto: E como conclusão, sabem porque defendo a Mulher, porque sou filho de uma Mulher, que muito amei e hoje amo-A com carinho e uma eterna saudade.
Um beijo para vocês Mulheres.

publicado por Solidário às 00:01
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23 comentários:
De Anónimo a 28 de Agosto de 2005 às 18:02
Queridos amigos e Companheiros e companheiras.Amigos cumprimento-os com Solidariedade e muita amizade. Como me vai ser impossivel responder aos vários comentários que fizeram o favor de deixar neste nosso canto sem mordaça.VOZ DA LIBERDADE, vou deixar um Artigo sobre a (Inconsciência) para uma reflexão calma. Porque em Setembro nos dias 2-3-4 de Setembro lá estarei na nossa Leitaria de Palhais, na grande festa Da LIBERDADE. Dando o meu contributo humilde mas muito alegre. GRITANDO POR UM MUNDO MELHOR---NÃO HÁ FOME ,GUERRA, EXPLORAÇÃO, E DESPEDIMENTOS. E GRITANDO ATÉ QUE A VOZ ME DOA PELOS DIREITOS DA MULHER. ATÉ LÁ UM ABRAÇO DE MUITA AMIZADE E SOLIDARIEDADE. para os que se sentem mal com os textos deste Blog, tenho pena que não tenham passado pelo o regime (fascista) que nos oprimiu... Mas enfim!!! Aqui neste espaço tudo é livre, porque ele é a (VOZ DA LIBERDADE)
SANTOS SAMPAIO
(http://vozda liberdade @sapo.pt)
(mailto:vozda liberdade@sapo.pt)


De Anónimo a 25 de Agosto de 2005 às 17:26
Obrigado grande amigo pela tua luta. Espero em Setembro dar aquele abraço de muita Solidariedade e agradecimento. Precisamos de mais lutadores como tu, perante todos os acontecimentos, verificados contra este povo adormecido por palavras floreadas.Um abraço grande grande Sampaio, e muita força. Zé Pedro
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(mailto:)


De Anónimo a 24 de Agosto de 2005 às 18:42
Não tenho palavras para lhe agradecer, o quanto diz, nos vários artigos que escreveu, e que hoje li. Afinal pensei que já não existiam valores...Enganeime, você demonstra de uma forma clara,os que uns pensam, mas não conseguem dizer.Não abandone esta forma de estar.Precisamos que alguem grite, e que recorde, que a Lberdade não pode sêr, um puro sonho.Receba com muito carinho um beijo de muita gratidão.Anabela Santos
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(mailto:anabela@gmail.com)


De Anónimo a 20 de Agosto de 2005 às 01:16
Amigo Santos Sampaio, ao ler este artigo consegui despertar-me o pensamento, emoções e contradições que não estaria à espera. Ao ler os comentários dos restantes bloguers, foi-me ainda mais enriquecedor visto que cada uma das pessoas partilhou a sua experiencia intima, de várias perspectivas, de várias formas que me permitiu (espero eu) "crescer" e revoltar-me com a cultura de certo modo imposta. Parece-me que bastante se alterou desde o 25 de Abril, os direitos liberdades e garantias foram devidamente repostos, no entanto revolto-me com duas situações. Primeiro esses mesmos direitos não foram feitos de forma igualitária para o Homem e para a Mulher, mas ao longo do tempo tem vindo a ser alterado. Segundo, apesar desta igualidade, digamos juridica, a cultura permanece, pouco se altera e a desigualdade permanece. Eu como homem, admiro as Mulheres, porque elas fizeram, fazem, e farão parte da minha vida. São elas que me completam, são elas que me fazem Amar e sentir Amado, e assim sendo têm de ser tratadas como as nossas "outras" partes, acarinhadas e admiradas. E não consigo ver as coisas de outra forma, relatos de maus tratamentos (fisicos ou psicologicos) e desigualdades, revoltam-me e repugnam-me. Não me associo, nem me quero associar à cultura corrente, espero apenas, e luto para que esta corrente se altere. Um forte ABRAÇO para o Amigo Santos Sampaio.Jorge Miguel
(http://vozdaliberdade.blogs.sapo.pt/)
(mailto:jmpnog@gmail.com)


De Anónimo a 17 de Agosto de 2005 às 18:44
Srº Santos Sampaio, peço desculpa, mas muito gostaria que me respondesse, ao Mail que vou enviar.Dou-lhe os parabéns, pelo o maravilhoso Blog,que tanto apoio dá,e tanta comprensão demonstra,para com os mais fracos e desprotegidos. Vivendo como eu num país que não o meu, como deve calcular tudo é mais complicado, pois já aqui estou em Inglaterra, há 19anos. Muito obrigada pelo o seu carinho,e apoio que tem dado a tantos, segundo o que li nos outros artigos, que já escreveu. Receba um beijo de agradecimento. Leonilde Pereira
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(mailto:leonildep@gmail.com)


De Anónimo a 16 de Agosto de 2005 às 17:38
Santos Sampaio, desculpe-me o que lhe confesso, mas não conhecia este Blog. Numa conversa de praia com outras amigas, discutimos, assuntos vários e foi-me aconselhado que visitasse este Blog.Estou maravilhada pelas suas verdades e pelo o conforto que sentimos ao lê-lo.Pergunto-me como é possível tanta sensibilidade num Homem?
Por favor escute-nos e defenda-nos. Vou enviar-lhe um Mail contando-lhe a minha vida e o meu desencanto.Por favor responda-me.Até lá um beijo de gratidão e muita admiração. Teresa Amorim
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(mailto:ta@gmail.com)


De Anónimo a 14 de Agosto de 2005 às 17:42
Pela primeira vez visito o seu Blog.Parabéns pela sua coragem.Tudo quanto escreveu e escreve, não defrauda,o nome do mesmo, VOZ DA LIBERDADE.Vou enviar-lhe um Mail que muito agradecia se me der uma resposta. receba um beijo de admiração e carinho.Ana Bela Rodrigues
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(mailto:abelarodrigues@gmail.com)


De Anónimo a 13 de Agosto de 2005 às 16:39
Obrigado Sampaio,o resto conheces... sabes quanto amava a minha VELHINHA.Estou bebendo as lágrimas,pela saudade que me fizeste reviver.Abençoadas lágrimas,porque ela merecia mais do que os meus olhos brotam: SEI QUE SOU LIDO POR OUTROS,MEUS AMIGOS EU TAMBÉM CHORO...Sobretudo por essa Mulher que tanto amei, minha Mãe e que sómente perdi há 7 anos, fiquem bem não consigo dizer mais nada. Obrigado grande Amigo, és muito grande, desculpa-me dizer-te isto, pois sei que não gostas,mas não tenho outra forma de te agradecer.Um abraço bem apertado. Carlos Oliveira
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(mailto:coliveira@sapo.pt)


De Anónimo a 12 de Agosto de 2005 às 02:14
Caro AMIGO, não poderei deixar de fazer um pequeno comentário, a um artigo tão pertinente.
Na verdade ao longo dos tempos a MULHER tem sofrido e sido explorada. No entanto a mulher actualmente atingiu um patamar de direitos e deveres que por “medo”, “ignorância”, “receio” “exagero”, não são usados da melhor forma. Deste modo na minha opinião existem três tipos de mulheres: aquelas que não evocam, nem exercem os seus direitos, por medo das represálias; as que excedem, por exemplo, reivindicação das quotas mínimas; por fim, as que de uma forma natural vivem em iguais circunstâncias que os homens, tanto em casa como no trabalho. SÃO ESSAS AS VERDADEIRAS MULHERES.
Quanto à MULHER FAMÍLIA - hoje em dia devido à pobreza dos valores morais, vive-se num ambiente sem AMOR, COMPAIXÃO, TERNURA e COMPRENSÂO, o que interessa é a aparência, carreira, e o dinheiro. Isto faz com que, as mães sejam abandonadas, e vice-versa.
No que diz respeito à MULHER MÃE, tal como o amigo diz, muitos filhos trocam a MÃE por outra MULHER e passam a desprezar a “Cota”, não é fino ser acompanhado por uma pessoa mais velha. Só que infelizmente a MULHER MÃE é abandonada também pela MULHER FILHA pelas mesmas razões, esquecendo-se que serão Mães e velhas um dia, podendo lhes acontecer o mesmo.
Em suma, o que se passa com a mulher, infelizmente passa-se também com o homem, talvez em menor dimensão, mas acontece, e isto tudo deve-se tal como o meu amigo disse num artigo anterior o homem “desaprendeu o que era a PALAVRA, a HONRA, os VALORES, a VERDADE.”
Arlindo
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(mailto:a@sapo.pt)


De Anónimo a 11 de Agosto de 2005 às 12:58
Li o que escreveu, meditei...Sómente lhe quero dizer obrigado Santos Sampaio. Muitos mais Sampaios eram precisos, mas infelizmente não os há.Parabéns.Vou mandar-lhe um Mail edentificando-me e dando-lhe o meu contacto telefónico.Receba um abraço de muita solidariedade,e força.Quero combinar consigo o local onde nos podemos encontrar em Setembro,na festa da Liberdade.Força, muita forçaPedro Miguel
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(mailto:Pedro@gmail.com)


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