Olho para esta flôr, que por acaso gosto bastante, pela sua beleza, harmoniosa, quando a observo retrocedo no tempo e como a mesma me faz lembrar coisas tão bonitas que outros se as estivessem visto, talvez não tivessem a ousadia de a conotar com algo com que a mesma não tem nada a ver. Recordo com saudade uma criança em pontas de pés colocando no cano de uma espingarda, uma flôr, que por acaso era um cravo e vermelho(a mensagem que retiro deste gesto que vi e que jamais esquecerei é como aquela criança dizendo "derrubai o regime que nos oprime para que eu possa vir a ter uns sapatos, mas não matai ninguém!!", foi como tapar o cano da espingarda para que ela não pudesse disparar e a alegria de um POVO LIVRE pudesse ser uma realidade, que coisa linda, sabia lá a criança se era um cravo, uma rosa, um malmequer ou uma flôr campestre! O que ela sabia de facto é que tinha que tapar aquele cano que podia matar outréns. Quando reflicto nisto as lágrimas saltam porque vi aquele povo na rua alegre, gritando sem cessar, LIBERDADE, LIBERDADE!!! Sabem Amigos era 25 de Abril de 1974...
A mania que é muito nossa, classificatória, implica-nos dividir e catalogar tudo. Até a VIDA. Infância, Juventude, Adultícia e a velhice. Não é fácil abandonar a ideia de que, seja o que for e faça-se o que fizer, a vida tem sempre uma côr. A Velhice é, pode ser, deve ser, a fase da relativização.
Nesta data espero, entretanto que tenham algum dinheiro para as amêndoas. Que não tenham quem mais amam, doente.
Que não saibam que alguma criança está a ser maltratada.
Que nenhuma Mulher está a ser violada.
Que nenhum amigo ou conhecido esteja a ficar desempregado.
Que nenhum dos Velhos tenha sido posto na (prateleira)abandonado, esquecido ou humilhado, para não dizer mais um sem-abrigo.
Assim são os votos de PÁSCOA FELIZ que Voz desejo.
Com um Abraço de Solidariedade.
Deixa-me que escute a tua música, que veja o teu dedilhar nessa guitarra, que só tu Paredes, com ela sabias dizer.
Apetece-me reflectir e juntamente com todos que nos visitam, ESCUTAR, ESCUTAR, e reflectindo dizer:
Que começo a sentir a angústia, agitação, a intranquilidade de já não ter tempo para ver o meu Portugal de Abril, diferente.
Onde o ódio não seja o alimento de tantos...
Onde a fome começa a ser uma das grandes verdades...
Onde o desamor floresce como erva daninha...
Onde os filhos já não amam nem respeitam os pais...
Onde os casais se encontram em plena desunião...
Onde o diálogo já não existe...
Onde os valores estão a desmoronar-se...
Onde os sem-abrigo surgem em cada canto...
Queria apenas estar insatisfeito.
Mas afinal estou a sentir-me infeliz.
Este não é o Portugal de Abril com que sonhei.
Um abraço de Solidariedade.
. ESTE SENHOR ALARGA O CINT...
. ALCOCHETE: BASTA DE INJUS...
. ASSOCIAÇÕES PATRONAIS QUE...